A ideia de criação da personagem foi inspirada por duas figuras ilustres do mundo da espionagem.
Brigitte Montfort
Uma pergunta comum feita pelos muitos fás de Brigitte
Montfort é como nasceu a famosa espiã. Pois bem, a origem de “Baby” remonta o
final dos anos 40, quando o jornalista e compositor brasileiro, David Nasser
criou a personagem “Giselle – A Espiã Nua que Abalou Paris”. Nasser começou a
escrever as histórias de Giselle para o jornal carioca Diário da Noite que
vinha enfrentando uma séria crise financeira correndo o risco de encerrar as
suas atividades. Giselle imediatamente caiu no gosto popular e devido ao
sucesso de suas histórias, o Diário da Noite acabou afastando o fantasma do
fechamento.
Reza a lenda que apesar da popularidade de “Giselle – A Espiã
Nua que Abalou Paris”, Nasser ainda não tinha recebido nenhum dinheiro pela sua
criação, estando com o seu salário atrasado há muito tempo. Foi então que ele
teve uma ideia original para receber o lhe era de direito: assassinar a sua
personagem, encerrando assim a história. Nasser teria feito essa ameaça ao dono
do jornal, dizendo que se não recebesse, os nazistas iriam matar Giselle
fuzilada. A ameaça surtiu o efeito esperado e o escritor recebeu na hora os
seus vencimentos em atraso, mas com uma condição: a de que ele não ceifasse a
vida da heroína. Depois do sucesso no jornal, as histórias da “Espiã Nua que
Abalou Paris” passaram a ser publicadas em livros de bolso, no começo dos anos
50, repetindo o sucesso do jornal Diário da Noite.
Giselle - A espiã nua que abalou Paris
Ao contrário de Brigitte Montfort, Giselle não empunhava
armas para conseguir o seu intento. Ela usava o seu belo corpo para roubar
informações dos alemães que poderiam ser muito importantes para o chamado bloco
da Resistência. Giselle ia para a cama com os mais perigosos líderes nazistas
e, muitas vezes, tinha de suportar taras e perversões horríveis, colocando a
sua vida em risco a cada capítulo, tudo com o objetivo de conseguir preciosas
informações. Por várias vezes, ela esteve perto de ser descoberta e fuzilada,
mas sempre acabava sendo salva, de última hora, por algum oficial da Gestapo
que tinha sucumbido, no passado, aos seus dotes físicos.
A criação de David Nasser fez tanto sucesso que a Editora
Monterrey acabou comprando os direitos da personagem e relançando os seus
livros em 1964. E novamente, Giselle estouraria em vendagens, enchendo os
cofres da Monterrey. Nesta época, o gênio brasileiro das ilustrações, José Luiz
Benício, já emprestava o seu talento para as capas da “Espiã Nua que Abalou
Paris”.
Percebendo o sucesso de vendas da espiã que tinha como
“carma” ir para a cama com os nazistas e sofrer em suas mãos, os editores da
Monterrey decidiram lançar uma nova série tendo como personagem principal nada
mais nada menos do que a filha de Giselle. Para escrever o enredo das tramas
foi convidado o desconhecido escritor espanhol, Antônio Vera Ramirez, que por
sua vez, adotou o pseudônimo de Lou Carrigan. Nascia assim, Brigitte Montfort,
a espiã que se tornaria um verdadeiro ícone da cultura pop dos anos 70. A
“veia” central do enredo era bem simples: ao descobrir que a mãe era uma espiã
à serviço do mundo livre, “Baby” passaria também a seguir o seu exemplo,
ingressando na CIA e se tornando a sua agente mais famosa e letal.
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