Leona - A Executora

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Trecho do Livro - Leona A Executora (para degustação)


Belgrado 12 de agosto de 2009

Madrugada em Belgrado. No Bulevar Kralja Aleksandra, a precária iluminação e o silencio, desaconselhavam qualquer passeio ou incursão pelas redondezas. Uma fina chuva caia insistente.
No entanto, um vulto caminhava a passos lentos e movimentos descuidados, pela beira da calçada.
 Uma criatura da noite? Quem sabe uma prostituta?
Sua beleza e sensualidade criavam uma imagem insólita pela sua atitude devassa.  “Uma modelo de capa de revista, andando como uma prostituta bêbeda em área de alto risco da cidade”, (pensou um mendigo que a vira passar a poucos metros dele).
Do outro lado da rua, murmúrios além da escuridão. Três vultos se assomaram na porta de uma pocilga fétida frequentada por viciados e marginais.
Aproximaram-se da sedutora personagem com provocações e gracejos. A mulher parou, retirou uma cigarrilha da bolsa e a acendeu calmamente, soprando fumaça no rosto do que mais se aproximara dela.
Já os identificara por investigações anteriores e eles estavam caindo como pássaros em sua armadilha. Eram membros da organização criminosa que ela trabalhava para desbaratar.
Os três tinham também por habito assediar e atacar prostitutas naquelas redondezas. Tendo chegado a Belgrado naquele mesmo dia precisava agir com rapidez e precisão.
O ataque era previsível e iminente.
― Alguém conhece Plavo “o russo”?
Sua pergunta pegou os três de surpresa, que estáticos avaliavam a situação. Já sabia que Plavo Yiery, vulgo “o russo” era o gerente da filial de Belgrado. Só precisava saber se ele estava na cidade naquela ocasião e onde encontrá-lo.
 Um sujeito baixo, gordo e asqueroso respondeu:
― Não, mas o que você quer com ele? Se alistar no seu harém?
Rindo a seguir escancaradamente da piada sem graça.
O mais velho o advertiu:
― Já avisei ao chefe, Você é folgado e fala demais.
― Qual o problema? Depois do nosso trato esta belezura não vai ousar abrir o bico para ninguém. Podemos domá-la e despachá-la com as outras, para qualquer bordel do chefe.
Aproximaram-se os três, com claras e sinistras intenções, mas estacaram surpresos quando aquela mulher escultural se livrou num movimento rápido do vestido, e se postou completamente nua em posição de combate marcial.
Passado o primeiro momento, os três avançaram afoitos sobre a presa, (pensavam).
A mulher, apenas com as mãos nuas, desfechou um golpe mortal e quebrou com um barulho característico o pescoço do primeiro. Com um chute forte jogou o gordo asqueroso desacordado no meio da rua, enquanto cuidava do terceiro, que após uma rasteira se estatelava de cabeça no asfalto molhado.
Um sangue espesso escorria com a água. Quando o gordo asqueroso acordou com pequenos golpes na face, uma mulher nua de estonteante beleza estava sobre ele.
― Diga-me logo onde está o “russo” que prometo ser misericordiosa contigo.
Apertava ao mesmo tempo seu pescoço logo abaixo do pomo de adão, cortando sua respiração.
O gordo fez um sinal afirmativo com os olhos e a pressão no pescoço diminuiu.
― Ele vai me matar se eu disser. (balbuciou)
―Não vai não. Eu vou te matar primeiro.
A pressão no pescoço voltou a aumentar.
―Pode escolher uma morte rápida e sem dor ou uma morte lenta.
O gordo disse num sussurro algumas palavras que ficaram gravadas na memória privilegiada da agente.
―A propósito, meu nome é Leona. Pode dizer para Lúcifer.
E num movimento firme e rápido partiu com um estalido o pescoço do gordo asqueroso.
Calmamente, Leona recolocou o vestido, sob o olhar assombrado do mendigo e caminhou decidida para um endereço que tinha em mente.
O que o mendigo não viu, mas não escapou à percepção de Leona foram as negras e sombrias formas que, expulsas daqueles corpos inertes, se retiravam em busca de novos corpos para assediar e subjugar. Juravam vingança, rogavam impropérios.

“Estes vão dar mais trabalho” (pensou Leona).

sábado, 25 de março de 2017

Trecho do livro "Leona A Executora"


Anoitecia na Transilvânia. O tempo se tornara sombrio e relâmpagos a distancia prenunciavam uma forte tempestade. Numa floresta próxima à cidadela medieval de Sighisoara, (terra natal Vlad – o empalador), uma trilha de caça se insinuava entre as árvores para o interior da mata fechada.
Entre um e outro trovão, quando o silencio prevalecia podia-se se ouvir ao longe, o galope solitário de um cavalo adentrando a mata.
Uma pequena amazona conduzia com maestria um fogoso corcel branco em perseguição a uma camurça. Era uma bela garota de seus dez ou onze anos de cabelos negros ondulados, defraudados pelo vento, e belos olhos azuis celestes.
Ao se aproximar de uma clareira, um uivo próximo fê-la instintivamente puxar os arreios e frear o galope. O cavalo, inquieto não mais obedecia ao seu comando, e com um relincho alto e um movimento brusco lateral empinou, lançando ao solo sua condutora, retornando pela trilha em galope forçado.
A pequena Mykhaila, atordoada, recobrava-se da queda e do susto, quando ouviu um breve rosnado. Olhou em frente e entre as nevoas de sua mente entorpecida viu se aproximando em formação de ataque um grupo de enormes lobos cinzentos.
Fechou os olhos e pediu a Deus que a salvasse do ataque iminente. Ouviu a seguir um baque surdo e ao abrir os olhos se deparou com seu pai, o capitão Dmitro, que, se interpondo entre ela e os lobos, mantinha-os à distancia controlando-os com um olhar fixo e agudo. Nas mãos duas adagas longas e nas costas uma pequena besta.
Os lobos que haviam estancado o avanço, surpresos, retomaram-no atiçados pelo maior deles que parecia o líder da alcateia.
O capitão pegou a besta num movimento rápido, colocou uma flecha e a desferiu contra o líder.
Tendo o crânio trespassado, o lobo caiu inerte deixando os outros confusos. O Capitão avançou sobre eles com as adagas empunhadas, e deferiu um golpe no mais próximo que se esquivou, fugindo a seguir mata adentro. Os outros lobos o seguiram na fuga.
Aquela luta no meio da mata fora rápida, mas marcaria para sempre a personalidade de Mykhaila.
O capitão pegou-a no colo, colocou-a na garupa do seu cavalo, advertindo-a que não deveria mais se afastar dele nestas caçadas na floresta. Lembrou que havia ali, além dos lobos muitos ursos e linces.
Mykhaila custou a pregar no sono naquela noite, e quando o fez foi em meio a pesadelos.
Neles, os lobos adquiriam dimensões gigantescas e formas demoníacas.
No dia seguinte, durante o café da manhã a situação foi discutida entre ela e seus pais não como um erro ou temeridade, mas como lição de vida.
Naquela manhã ela e seu pai se dedicaram a um passeio a beira de um lago próximo quando toda uma aula de estratégia lhe foi passada, tendo como base a forte experiência do dia anterior.
Depois de longo silencio, o capitão começou:
― Você tem que ter em mente, minha filha, que o predador se alimenta primeiro do medo da sua presa. Diante de uma situação similar você tem que inverter os papéis. Deve se tornar o predador, com atitude firme e corajosa. Deve olhar seu contendor nos olhos e tomar a iniciativa do ataque. Tem que ter foco e se concentrar no líder. Se você derrotá-lo, desarticulará por um tempo, a estrutura de hierarquia que permite ao bando agir como um só individuo. Esta condição prevalece em toda situação de perigo e contra quaisquer adversários que encontrar pela frente. Animais, homens ou demônios.
― Demônios? (inquiriu Mykhaila). Mas eles existem?
― Kayla minha querida, existem e estão mais presentes do que imaginamos. Toda ação do mal é, primeiramente arquitetada em outras dimensões, e posta em pratica por homens ou animais que vibram na mesma frequência. Quando enfrentamos o mal o fazemos em amplo espectro de energia. Às vezes nos tornamos o próprio mal para vencê-lo. 
“Quando olhamos para o abismo, ele também olha para nós” terminou o pai citando a frase de um conceituado filosofo.

Aquelas palavras ficaram vibrando em sua cabeça por muito, muito tempo.










segunda-feira, 6 de março de 2017

Leona Entre o Sonho e a Realidade




Escrever um livro é tarefa ardua, terminar um livro é gratificante e libertador. O livro "Leona - A Executora" é uma ficção, mas os cenários e os nomes são reais. O livro usa recursos literários que buscam dar realidade e veracidade à narrativa. 
Mitos e lendas são utilizados como elementos do seu pano de fundo, com o objetivo de explorar nossa necessidade de sair, eventualmente, da mesmice do dia a dia, e mergulhar num mundo conquanto imaginário, povoado de imagens que ressoam no inconsciente coletivo. 
Seriam talvez respostas apaziguadoras ante os conflitos e limitações que a realidade se nos impõe. 
Num mundo que carece de soluções existenciais e onde valores como justiça, ética e fé estão sendo colocados em cheque, precisamos, em nossa intimidade de heróis que estabeleçam, pelo menos, no imaginário, uma referência, como o fio de Ariadne, que nos leve para fora do nosso labirinto pessoal.
Estes heróis podem, diferentemente de nós mesmos, ultrapassar determinados limites que nos estão impostos pelas regras e convenções sociais. Extrapolar na imaginação é saudável, já que este é o flutuador natural da psique, que mantem integra a tênue estrutura, que uma vez rompida nos lançaria na insanidade e na demência.
Somos todos prisioneiros nestes labirintos, onde nos deparamos a cada curva com o nosso Miniaturo, simbolizando aí o monstro capaz de devorar nossa fé e nossa humanidade, diante de uma aparente derrocada da civilização. 
O termo “executora” é usado aí não com uma matadora, mas como uma pessoa que leva a termo uma missão com maestria e paixão.
O processo de escrita deste tipo de literatura estabelece necessidade de pesquisas que demandam tempo e paciência. Estas informações estão sendo repassadas ao blog criado para acolher o projeto que redundou num livro onde muitas histórias correm paralelas, e vão convergindo para uma resposta final que representa, como a própria vida, apenas mais uma de suas etapas. Atrás de morro vem morro, mas é neste processo que a consciência amadurece e que a literatura continua a cumprir o seu papel de buscar novas resposta e transmudar a realidade, indo, ousadamente, (como na famosa serie), onde nenhum homem jamais esteve.

Synopsis - Leona - The Hitwoman

Can someone face evil and without becoming evil itself? This was Leona's biggest dilemma.
Mikhaila Naslavatilov (codename Leona) have been training since childhood to fulfill a mission.
Her innate special abilities have been put to work by her father, captain Dmitro, an expert in hand-to-hand combat, melee weapons, and guerrilla infiltration techniques, by her mother, Dr. Yara Schreiber, a renowned scholar and researcher of the occult, black magic, vampirism and demonology, and by masters of various arts to make her able to face evil forces of human and demonic nature.
To these primary motivations, added an intense hatred against the criminal organization that murdered her father. Her body and mind became, by intense training, a lethal weapon, ready to act instantly against her targets and to destroy them without hesitation.
Her training camp was the region of Transylvania, in the Carpathians, where a setting surrounded by mysteries and legends and a hostile nature served as the starting point for a mission that would put her life and soul in constant danger.
She knew that, sometimes, when facing evil, we could also turn into the things we fight. To maintain her humanity was her biggest challenge.

Leona The Hitwoman